sábado, 15 de setembro de 2012

terça-feira, 9 de junho de 2009

Lei do mosaico deverá ser criada novamente

Íntegra da matéria publicada no jornal "O Estado de São Paulo", edição de domingo, 07 de junho de 2009,por Eduardo Nunomura:
Desembargadores julgam a constitucionalidade da legislação de 2006, criada por iniciativa de deputados e sancionada por Cláudio Lembo
O atual mosaico Jureia-Itatins pode estar com os dias contados. Nas próximas semanas será concluída a votação de 25 desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidindo se houve "vício de origem" na lei que o criou. O relator do processo, Mário Devienne Ferraz, já considerou que ela é inconstitucional. No seu entender, os deputados estaduais José Zico Prado e Hamilton Pereira (ambos do PT) não poderiam propor a criação da Lei 12.406, tampouco o ex-governador Cláudio Lembo (então PFL) deveria sancioná-la em dezembro de 2006.

Segundo o Estado apurou, o governo estadual considera perder o caso, tenta ganhar tempo antes da decisão judicial, mas já trabalha com a hipótese de enviar um novo projeto de lei. Nesta situação, vai propor novamente um mosaico, mantendo o atual desenho de unidades de conservação, porém com ajustes pontuais. Entre eles, ampliar a reserva de desenvolvimento sustentável (RDS) Barra do Una, permitindo que os pescadores tenham mais acesso ao Rio Una, e criar mecanismos eficientes para indenizar os moradores não tradicionais que vão ter de sair.

Alvo de ações predatórias, com palmiteiros e caçadores agindo livremente em seu interior, a Jureia é ainda um santuário preservado. Emoldurados pelos maciços da Jureia e de Itatins, com montanhas de 1.500 metros de altitude, os brejos, dunas, lagunas, mangues, restingas e uma extensa faixa litorânea compõem uma paisagem única da mata atlântica. O milagre da preservação ocorreu pela existência de uma estação ecológica, o mais restrito modelo de unidade de conservação. Nela, em tese, só seriam permitidas pesquisas científicas.

Antes de ser criada a estação ecológica, a Jureia era habitada. Havia caiçaras, que até hoje preservam danças, crenças, artesanato e pesca com a tarrafa (pequenas redes). Depois, pela falta de fiscalização, vieram posseiros, fazendeiros, grileiros, meeiros, mateiros, palmiteiros, "caxeteiros" (que exploram a madeira da caixeta na produção de lápis). A situação criou um impasse que a lei do mosaico quis resolver.

PLANO DE MANEJO

Com o mosaico, o governo estadual se mobilizou para criar o plano de manejo para os 110.813 hectares. A Universidade de Campinas e o Instituto Socioambiental reuniram 72 pesquisadores para diagnosticar cada uma das unidades de conservação. Ele já está praticamente pronto. O estudo definirá a vocação de cada pedacinho da Jureia. Na RDS Barra do Una, pesca e turismo. Na do Despraiado, exploração sustentável da caixeta e do palmito. Nas estações ecológicas, pesquisas sobre a mata atlântica. Nos parques, visitação e educação ambiental.

A viabilidade de um plano de manejo, contudo, exige antes uma tarefa ingrata para qualquer político: regularizar as terras. A Fundação Florestal é responsável pela indicação das próximas ações judiciais em nome do Estado. "A regularização fundiária vai seguir normalmente, em qualquer hipótese, no atual mosaico ou até numa eventual nova lei de mosaico", assegura o diretor executivo da fundação, José Amaral Wagner Neto.

"Estamos entrando com ações só contra as ocupações irregulares nas novas unidades de conservação de uso sustentável", sustenta o procurador do Estado Jaques Lamac, coordenador da Defesa do Meio Ambiente. "Mas vamos ingressar com novas ações, porque o objetivo é fazer a regularização fundiária de todas as unidades de conservação." Em outras palavras, nos próximos meses mais partes da Jureia ficarão desertas. Vitor Tereza, de 86 anos, que ainda pesca em canoa de madeira, lamenta. "Isso vai virar um balaio de gato e ninguém nunca mais se entenderá", afirma.

Ações contra veranistas criam divisão entre moradores da Juréia

Íntegra da matéria publicada na Jornal "O Estado de São Paulo", edição de domingo, 07 de junho de 2009, por Eduardo Nunomura: 

Estado quer manter só caiçaras e caboclos nas áreas protegidas; eles passaram a temer pela perda de renda





A Jureia está partida. Nativos e veranistas se entreolham, desconfiados. Isto em razão da lei de 2006 que uniu parques, reservas de desenvolvimento sustentável, estações ecológicas e refúgios de vida silvestre no Mosaico de Unidades de Conservação Juréia-Itatins, área de 110,8 mil hectares no Vale do Ribeira e litoral sul do Estado de São Paulo. O governo estadual move mais de 150 processos contra aqueles que não são de comunidades tradicionais da área - e outras centenas estão por vir.

O Estado tem pressa por causa de uma ação que tramita no Tribunal de Justiça que acaba com o mosaico e restabelece que a área deva ser integralmente protegida. Mas os nativos temem não ter meios de sobrevivência se os veranistas forem embora.

Na reserva de desenvolvimento sustentável (RDS) Barra do Una, onde um rio antes cheio de peixes serpenteia a mata atlântica para atingir uma praia preservada, as conversas se restringem a quem fica e quem sai.

Dos 130 imóveis da Reserva de Desenvolvimento Sustentável cadastrados pela Fundação Florestal, gestora do mosaico, só há moradores tradicionais em 31 deles. O restante é composto de ocupantes eventuais, os veranistas. A maioria deles terá de sair.

"Está um clima muito ruim. Tínhamos amizade com os veranistas e agora eles nos olham como se fôssemos os culpados por terem de sair", explica Benedito Pinto, de 50 anos. Dito vive da pesca, da venda de bebidas e salgados no verão e das reformas de casas. Deveria estar feliz porque finalmente pode ampliar seu teto. Mas sua reforma destoa em meio a dezenas de imóveis lacrados com blocos de concreto. "Se as coisas piorarem, vou ter de ir embora."

Nas últimas décadas, caiçaras e caboclos criaram uma relação de dependência com os veranistas. Foram condenados a um eterno subdesenvolvimento. Com a pesca rendendo menos de um salário mínimo por mês, eles viraram caseiros dos que passavam férias ou fins de semana na Jureia. 

Muitas casas de verão foram erguidas quando o mosaico nem era uma estação ecológica, criada em 1986 para proteger 79.830 hectares de mata atlântica ameaçados de abrigar uma usina nuclear. Desde então, os governos não conseguiram regularizar a situação fundiária, medida assumida pela atual gestão (mais informações na pág. A27). O problema é que a regularização vem abrindo feridas.

"Sou pescador, mas só de pesca não se sobrevive mais na Jureia", afirma Francisco Carlos Isquierdo, de 45 anos. Ele cuida de quatro casas de veranistas, mas uma delas já foi lacrada. 

As ações civis públicas, movidas pela Procuradoria-Geral do Estado, não indenizam os veranistas e os obrigam a destruir os imóveis e recuperar, ambientalmente, as glebas. "Lacraram casa de gente que vinha há mais de 30 anos. O pessoal está apavorado com as ações." Ao menos, Chiquinho ganhou de um ex-veranista as telhas velhas da casa atualmente em destruição.

O diretor executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto, garante que o governo vai criar programas de renda para os nativos que poderão ficar. "Vamos criar alternativas para que eles não dependam dos ocupantes irregulares", afirmou, citando como exemplos a criação de centros de trabalho e até transferência de renda. 

A fundação apontou 112 famílias tradicionais em todo o mosaico da Jureia. Apelidada por moradores como a "Lista de Schindler", pois só quem está nela poderá ficar, ela dá uma dimensão de quantos ainda deverão sair. Há mais de 450 glebas cadastradas.

"Há um clima de terror", resume Albert Carrady Reuben, diretor da Associação dos Moradores e Ocupantes da Barra do Una, criada para defender o interesse dos veranistas. Dono de uma casa de 180 metros quadrados, com três dormitórios e um ofurô com vista para a mata atlântica, Reuben afirma que chegou antes da estação ecológica e agora responde a uma ação na Justiça. Na visão dele, nada está sendo feito com transparência pelo Estado. "Na verdade, só estão gerando conflitos, divisões e ameaças."

INDENIZAÇÃO

O presidente da União dos Moradores da Jureia, Dauro Marcos do Prado, acrescenta: "Não dá para usar de força bruta, lacrando ou demolindo casas, nem mentir à comunidade, dizendo que a casa do veranista vai ficar para nós." Com a criação do mosaico, seu imóvel permaneceu na estação ecológica e ele terá de sair. Nascido na Jureia, Prado não foi considerado morador tradicional, mas seu irmão Valdir, sim. Nesta situação, o governo deve só indenizá-lo. Seu irmão receberá a indenização e será realocado para uma RDS.

"O que chama atenção é que o Estado adota tratamentos diferenciados. A RDS do Una é uma terra devoluta, pública, e a do Despraiado é particular, privada", argumenta Plinio Melo, da organização não governamental Mongue. "Na Barra do Una, haverá demolições; no Despraiado, pagamento de indenização; e no meio disso tudo, o falso discurso da preocupação ambiental." A Mongue fica na Jureia. Embora desenvolva projetos de preservação da cultura caiçara, Melo já recebeu a notificação da Fundação Florestal de que não é bem-vindo. 

Quem ficou fora da lista tem até quarta-feira para pedir sua inclusão. Um conselho criado pela Fundação Florestal analisará caso a caso e dará a resposta até 30 de julho. "A regularização fundiária vai seguir normalmente e é um processo negociado com a comunidade tradicional", afirma Wagner Neto. "Mas não restará RDS para veranista de fim de semana."

terça-feira, 19 de maio de 2009

1ª SEMAEBU

Agenda da 1ª Semana do Meio Ambiente na Escola da Barra do Una
Junho/09 (dias) Evento nº de promotores do evento Horário Público alvo nº estimado de participantes
Início término
1 Feira de Ciências do Programa “Aprender Ciência” da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP ( http://www.uspleste.usp.br/aprender-ciencia/index.php ) 2 9h 11h PEB II 40
Intervalo: Lanche dos alunos da EMEIF – Barra do Una
10h 10h30

Solenidade de abertura da 1ª SEMAEBU: Participação da Professora Oneide Ferraz Alves – Secretária Municipal de Educação de Peruíbe 2 11h 12h todos os alunos 70
Solenidade de abertura da 1ª SEMAEBU: Banda Musical Municipal de Peruíbe - Maestro Sérgio Luiz da Silva 10 11h 12h todos os alunos 70
Palestra tendo como tema o “Meio Ambiente”: Profa. Dra. Profa. Dra. Káthia Maria Honorio – EACH/ USP 1 12h 12h30 PEB II 40
Palestra tendo como tema o “Meio Ambiente”: Profa. Dra. Rosely Aparecida Liguori Imbernon – EACH/ USP 1 12h30 13h PEB II 40
Intervalo: Almoço dos alunos da EMEIF – Barra do Una
13h 13h30

Oficina/ Vídeo sobre o “Ciclo da Água” - LINX Vídeo 1 13h30 14h30 PEB I e Infantil 30
Feira de Ciências do Programa “Aprender Ciência” da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP ( http://www.uspleste.usp.br/aprender-ciencia/index.php ) 2 14h30 16h30 PEB I e Infantil 30
Exposição de Rochas do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas 1 11h 16h30 Exposição permanente

2 Oficina utilizando o “Google Earth” para mostrar a geomorfologia das regiões da Vila Barra do Una, Guaraú e de Peruíbe, e a ação do Homem alterando o Meio Ambiente 1 9h 10h PEB II 40
Intervalo: Lanche dos alunos da EMEIF – Barra do Una
10h 10h30

Exposição e Oficinas do Programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa, vinculado à “Estação Ciência” da Universidade de São Paulo ( http://www.cienciamao.if.usp.br/mnm/index.php ) 2 10h 12h PEB II 40
Oficina/ Vídeo sobre o “Ciclo da Água” - LINX Vídeo 1 12h 13h PEB II 40
Intervalo: Almoço dos alunos da EMEIF – Barra do Una
13h 13h30

Exposição e Oficinas do Programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa, vinculado à “Estação Ciência” da Universidade de São Paulo ( http://www.cienciamao.if.usp.br/mnm/index.php ) 1 13h30 15h30 PEB I e Infantil 30
Inauguração do Orquidário nas dependências da Escola; 1 15h30 16h PEB I e Infantil 30
Plantio de arvores frutíferas nas dependências da Escola 1 16h 16h30 PEB I e Infantil 30
Exposição de Rochas do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas 1 10h30 16h30 Exposição permanente

3 Oficina utilizando o “Google Earth” para mostrar a geomorfologia das regiões da Vila Barra do Una, Guaraú e de Peruíbe, e a ação do Homem alterando o Meio Ambiente 1 9h 9h30 PEB II 40
Palestra tendo como tema o “Meio Ambiente”: Secretaria do Meio Ambiente do Município de Peruíbe 1 9h30 10h PEB II 40
Intervalo: Lanche dos alunos da EMEIF – Barra do Una
10h 10h30

Exposição e Oficinas do Programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa, vinculado à “Estação Ciência” da Universidade de São Paulo ( http://www.cienciamao.if.usp.br/mnm/index.php ) 2 10h 12h PEB II 40
Oficina/ Vídeo sobre o “Ciclo da Água” - LINX Vídeo 1 12h 13h PEB II 40
Intervalo: Almoço dos alunos da EMEIF – Barra do Una
13h 13h30

Exposição e Oficinas do Programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa, vinculado à “Estação Ciência” da Universidade de São Paulo ( http://www.cienciamao.if.usp.br/mnm/index.php ) 1 13h30 15h30 PEB I e Infantil 30
Trabalho de Campo: Trilha até o “Mangue da Ilha” 1 15h30 16h30 PEB I e Infantil 40
Exposição de Rochas do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas 1 10h30 16h30 Exposição permanente

4 Oficina utilizando o “Google Earth” para mostrar a geomorfologia das regiões da Vila Barra do Una, Guaraú e de Peruíbe, e a ação do Homem alterando o Meio Ambiente 1 9h 10h PEB II 40
Intervalo: Lanche dos alunos da EMEIF – Barra do Una
10h 10h30

Oficina/ Vídeo sobre o “Ciclo da Água” - LINX Vídeo 1 10h30 11h30 PEB II 40
Trabalho de Campo: Trilha até o “Mangue de Ilha” 2 11h30 13h PEB II 40
Intervalo: Almoço dos alunos da EMEIF – Barra do Una
13h 13h30

Plantio de arvores frutíferas nas dependências da Escola 1 13h30 16h30 PEB I e Infantil 70
Exposição de Rochas do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas 1 10h30 16h30 Exposição permanente

5 Oficina utilizando o “Google Earth” para mostrar a geomorfologia das regiões da Vila Barra do Una, Guaraú e de Peruíbe, e a ação do Homem alterando o Meio Ambiente 1 9h 10h PEB II 40
Intervalo: Lanche dos alunos da EMEIF – Barra do Una
10h 10h30

Oficina/ Vídeo sobre o “Ciclo da Água” - LINX Vídeo 1 10h30 11h30 PEB II 40
Trabalho de Campo: Trilha até o “Mangue de Ilha” 2 11h30 13h PEB II 40
Intervalo: Almoço dos alunos da EMEIF – Barra do Una
13h 13h30

Plantio de arvores frutíferas nas dependências da Escola 1 13h30 16h30 PEB I e Infantil 70
Exposição de Rochas do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas 1 10h30 16h30 Exposição permanente
Para ter acesso a possíveis alterações nessa agenda, favor consultar o “BLOG” na internet com o seguinte endereço: http://meioambientevbu.blogspot.com/

domingo, 3 de maio de 2009

Apresentação do Projeto em "PPT"

Título do projeto: "A Aprendizagem Baseado em Problemas (ABP) no ensino fundamental em Vila Barra do Una, Reserva de Desenvolvimento Sustentável no Mosaico das Unidades de Conservação Juréia-Itatins: A manutenção da cultura local e o uso sustentável dos recursos naturais a partir do ensino de Geociências e da Educação Ambiental."












sexta-feira, 1 de maio de 2009

II Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra


II Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra
&
IV Simpósio Nacional “O Ensino de Geologia no Brasil”
1 a 5 de Novembro de 2009
Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo
São Paulo, SP
Circular 1 e Chamada de Trabalhos

Modernos conhecimentos sobre a Terra fazem parte da bagagem intelectual de todo cidadão contemporâneo. Uma pessoa de escolaridade mediana necessita deles, tanto para se expressar de modo adequado, quanto para tomar decisões e escolhas ambientalmente adequadas.
Os veículos de comunicação têm sido cada vez mais permeados por notícias e opiniões de especialistas sobre a dinâmica terrestre, muitas vezes conflitantes entre si. A falta de referências adequadas pode causar perplexidade diante de cenários catastróficos e ameaçadores. Ao ser convenientemente incorporada a um entendimento adequado da dinâmica planetária, a perplexidade pode trazer motivação para controlar ações humanas prejudiciais ao ambiente natural.
A escola, os professores e demais agentes de difusão do conhecimento exercem papel central no encaminhamento de soluções para esse quadro. Os currículos escolares enfrentam desafios de várias ordens para relacionar ciências, conhecimento da Terra e construção de uma civilidade ambiental no século XXI.
Que desafios são esses? De que modo os conceitos de Ciências da Terra têm sido tratados na educação científico-tecnológica dos dias atuais? As escolas têm sido eficazes na construção de uma abordagem capaz de relacionar problemas locais e planetários? A controvérsia sobre o aquecimento global está de algum modo relacionada à história geológica do planeta? Em que medida os temas da degradação de mananciais, o consumo de recursos naturais e energéticos, a erosão e a perda de solos agricultáveis são vinculados à dinâmica global?
Ambiente, cidade, local, campo, processos naturais e suas inter-relações a fenômenos sociais e culturais são amplamente abordados pelas Geociências. A formação em Geociências, para qualquer nível de ensino, deve conduzir o estudante a entender a condição humana, atuar pela cidadania e pela democracia. A capacitação visa habilitar o aluno a compreender a complexidade do planeta.
O II Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra e o IV Simpósio Nacional “O Ensino de Geologia no Brasil” pretendem dar continuidade ao enfrentamento desses e outros problemas ao debater trajetórias e perspectivas da pesquisa e do ensino de Geociências, e estabelecer nexos com a História das Ciências Naturais no Brasil e na América Latina.
No intervalo de 2007 a 2009, comemora-se o Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT), proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de proposta da União Internacional das Ciências Geológicas (IUGS). Os simpósios atendem à orientação geral do AIPT: organizar iniciativas de difusão ordenada de conhecimentos sobre a Terra, incentivar pesquisas sobre o planeta e mostrar o vasto potencial das Ciências da Terra para edificação de sociedades seguras, sadias e sustentadas.
Histórico
Em 2007 realizou-se em Campinas, SP, o I Simpósio de Pesquisa em Ensino e História de Ciências da Terra e o III Simpósio Nacional “O Ensino de Geologia no Brasil”, promovidos pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino e História das Ciências da Terra (PEHCT) do Instituto de Geociências da Unicamp. Ao completar 10 anos de sua criação, o programa PEHCT considerou oportuno debater os resultados do trabalho desenvolvido por docentes e alunos e avaliar o grau de amadurecimento da pesquisa; tal marco simbólico seria motivação para evento dessa natureza, aberto a membros da comunidade nacional e internacional, e que deveria abrir novas perspectivas para desenvolvimento do Programa de Pós-Graduação.
Nas reuniões examinaram-se modelos de currículo, programas e questões centrais de história, do ensino e da aprendizagem que envolvem o conhecimento da natureza. Houve pouco mais de uma centena de inscritos, que ofereceram 73 comunicações técnicocientíficas, assistiram a duas mesas-redondas notáveis sobre os temas centrais dos simpósios, e participaram de três viagens de campo bastante concorridas.
Em 2009 espera-se participação ainda maior, por vários motivos. Primeiramente, a enorme demanda no mercado de trabalho por geólogos tem introduzido uma pressão bastante grande sobre os cursos de graduação e tem levado até mesmo à criação de novos cursos. O Fórum Nacional de Cursos de Geologia tem se ocupado dessas questões, e deverá se reunir durante o evento em São Paulo. A temática da formação de geólogos é o objeto central do IV Simpósio Nacional “O Ensino de Geologia no Brasil”.
Em segundo lugar, e com idêntica relevância, está a formação de professores em Geociências, que constitui instrumento importante para ampliar o ensino de Geociências e promover gradual inserção de conteúdos geocientíficos na Educação Básica. Isso se tornou possível com a criação de dois cursos de graduação na Universidade de São Paulo (USP): a Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental (LiGEA), criada em 2004 no Instituto de Geociências, e a Licenciatura em Ciências da Natureza (LCN), criada em 2005 na Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Estes cursos pretendem formar profissionais educadores que possam contribuir no ensino de Ciências Naturais com conteúdos geocientíficos, somados a conteúdos de Geografia e de Biociências, para formar cidadãos conscientes, críticos e responsáveis, comprometidos com o futuro da Sociedade.
A articulação entre História e Ensino de Ciências da Terra 
O caráter histórico do conhecimento da Terra é especialmente promissor para formar modelos e raciocínios aplicáveis à natureza, bem como a múltiplas áreas de ciência e tecnologia. Esse argumento justifica plenamente a importância de tratar o ensino e a história desse campo de conhecimento.
É essencial conhecer os modelos explicativos adotados pelas Ciências Naturais desde o século XVI ao XX e avaliar de que forma eles foram sendo adaptados no Brasil e na América Latina. No bojo desse debate, surgem naturalmente as tradições curriculares e contexto humano no qual a ciência é desenvolvida.
Contribuições, reflexões, experiências relativas ao conhecimento do planeta, voltadas para uma nova atitude frente ao mundo, são bem-vindas.
Os organizadores do evento convidam pesquisadores, professores e alunos a debater os aspectos mais relevantes da produção recente sobre os temas envolvidos. Um dos pontos mais relevantes do II PEHCT será a rica participação de professores, que podem contribuir com relatos de experiências, além de pesquisas voltadas para articular os temas relacionados com Ciências da Terra em suas práticas de ensino.
Pretende-se trazer especialistas do país e do exterior para descrever, examinar e discutir o que é feito em termos de ensino e pesquisa na área de conhecimento do Simpósio. Um dos resultados esperados é a indicação de tendências e perspectivas para o desenvolvimento desse campo do conhecimento e da pesquisa no Brasil.
Linhas temáticas
O evento abrange pesquisas e experiências relativas ao Ensino e História das Ciências da Terra, nas seguintes temáticas:
·  Ensino de Ciências Naturais no ensino fundamental;
·  Ensino de Geociências na educação básica;
·  Ensino de Geociências no ensino superior;
·  Ensino de Geociências e Educação Ambiental;
·  Ensino de Geociências e Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente
·  História das Ciências da Terra;
·  Formação de Professores de Ciências;
·  Comunicação e Divulgação das Geociências.
Comissão Organizadora
Paulo César Boggiani (IGc/USP, presidente)
Celso Dal Ré Carneiro (IG/Unicamp)
Denise de La Corte Bacci (IGc/USP)
Eliane Aparecida Del Lama (IGc/USP)
Ermelinda Pataca (FE/USP)
Pedro Wagner Gonçalves (IG/Unicamp)
Valéria Cazetta (EACH/USP)
Rosely Aparecida Liguori Imbernon (EACH/USP)
Fernanda Keila M. Silva (IG/Unicamp, pós-grad. PEHCT) ,
Gabriel Hornink (IG/Unicamp, pós-graduando PEHCT)
Ronaldo Barbosa (IG/Unicamp, pós-graduando PEHCT)
Veridiana Martins (IGc/USP, pós-graduanda)
Entidades promotoras
Instituto de Geociências – USP
Instituto de Geociências – Unicamp
Escola de Artes, Ciências e Humanidades – USP
Faculdade de Educação – USP
Entidades co-organizadoras
Sociedade Brasileira de Geologia
Fórum Nacional de Cursos de Geologia
Faculdade de Educação – Unicamp
O programa contará com palestras, mesas redondas, oficinas didáticas, sessões coordenadas de painéis orais ou comunicações orais, além de atividades de campo na região e atividades culturais.
Formas de participação:
- como participante
- como apresentador de trabalhos e/ou ministrando oficinas
Formato dos trabalhos
Os trabalhos podem ser:
- resultados de pesquisas já concluídas e inéditas;
- resultados parciais de pesquisas em andamento;
- resultados de pesquisa já publicada, com clara indicação do veículo no qual é encontrada;
- relatos de experiências educacionais.
Para que um trabalho seja selecionado deverá haver aprovação de pelo menos dois membros do Comitê Científico.
Na Circular 2, a comissão organizadora fornecerá orientações detalhadas sobre modelos de edição e características dos resumos e textos completos que podem ser aceitos.
Trabalhos destinados aos Painéis devem ter:
Título claro e conciso acompanhado da sua versão em inglês. Nome completo dos autores, endereços institucionais e eletrônicos e, se for o caso, agências financiadoras. Resumo com no máximo 150 palavras acompanhado de sua versão em inglês (Abstract); o texto
constitui o que se entende por um resumo expandido e não poderá exceder 4 páginas, espaçamento entre linhas 1,5, letra Times New Roman tamanho 12, todas as margens de 2,0 cm. Logo após o resumo indicação da linha temática a que pertence o trabalho. Palavras-chaves (3 a 6) acompanhadas de sua versão em inglês.
Propostas de Oficinas Didáticas ou Comunicações Orais devem ter:
Título claro e conciso acompanhado da sua versão em inglês. Nome completo dos autores, endereços institucionais e eletrônicos e, se for o caso, agências financiadoras. Resumo
com no máximo 150 palavras acompanhado de sua versão em inglês (Abstract). Palavraschaves
(3 a 6) acompanhadas de sua versão em inglês. Texto completo de no mínimo 4 e no máximo 10 páginas de formato A4, espaçamento entre linhas 1,5, letra Times New Roman tamanho 12, todas as margens de 2,0 cm. No caso de oficina didática deve haver indicação de nível de ensino, tipo de atividade (jogos, atividades experimentais, audiovisuais etc.), e condições em que foi testada.
Maiores informações estarão disponíveis no seguinte sítio Web:

DATAS/PRAZOS IMPORTANTES

Circular 2 15/março
  • Submissão de trabalhos e propostas de oficinas didáticas até 15/junho
  • Divulgação da avaliação de trabalhos e oficinas até 15/julho
Circular 3 15/julho
  • Inscrição antecipada com desconto até 15/agosto
  • Inscrição antecipada em oficinas e atividades de campo até 15/setembro
Circular 4 com programa e resumos 15/outubro

São Paulo, dezembro de 2008.

A Comissão Organizadora.
Entidades organizadoras e colaboradoras

Seguidores